MATERNAR
Eu era ainda menina, cheia de inocência
Mas já sabia o nome que eu daria
Àquele ou àquela que de mim nascesse...
Eu bem desconhecia o que era desejo
As sensações do toque, as coisas da emoção
Ou o simples gosto, o sabor de um beijo...
Nunca havia tido um sonho romântico
Ou sequer imaginara ter um namorado
Mas brincando de bonecas eu já maternava
Em minhas pueris brincadeiras de casinha,
E ao peito feito de laranjinha eu amamentava
Meu rebento imaginário, qu’eu acalentava
Como mãe consciente que em seu seio doa vida
À vida que no ventre traz como semente...
E o tempo deu-me a graça de me tornar mulher
Fazendo acontecer meu sonho de criança,
E ao solo de meu útero fez brotar o amor
Enchendo-me o ser de luz e esperança...
Só posso agradecer à Deus esse mistério,
Ao homem que cedeu-me sua seiva de vida
E a chance de ser mãe, gestar o amor, dar a luz
Sorrir, chorar, intensamente viver meu puerpério...
E assim como Maria ao ventre encarnou o verbo
Meus filhos são a mim, a encarnação do sonho,
O meu presente santo, razão de minha alegria.
By Nina Costa, in 22/04/2018
Mimoso do Sul, Espírito Santo, Brasil.
N.A.: Emocionada, dedico aos meus filhos Odilon dos Santos Costa da Mata e Pablo dos Santos Costa da Mata, que nasceram no mês de Abril, e ao pai deles José Fernando da Mata (in memoriam), que me cedeu sua seiva de vida.