NA MESMA LÍNGUA
Não temos mais o beijo prolongado
O fulgor do amor perdeu-se no passado
Fecho os olhos e lembro com dor e nostalgia
Quando éramos ciência exata de nossa alegria...
Quando tuas mãos cobriam a extensão nua dos meus territórios
E teus dedos demarcavam aventureiros
As fronteiras infinitas de meu quase virginal amor
E desenhavam com expressiva arte os traços do desejo.
Quando teus braços eram o maior espaço entre dois corpos
Que meu corpo gostava, sempre, de ocupar
Na química perfeita de nossos sentimentos
Na consumação física dos nossos ensejos...
Quando o universo conspirava por nós
E o simples sussurro de tua inconfundível voz
Era melodia para todos os meus sentidos
Vibrando aos sutis acordes em doces arpejos.
Quando bebias nos meus lábios minha alma entregue
No toque, nas delícias, no perder das horas
Sem pressa de se ir, sem tempo pra ir embora
Falando na mesma língua, no enlace, no beijo...
By Nina Costa, in 11/04/2018
Mimoso do Sul, Espírito Santo, Brasil.