Inexequível prosopopéia

há quem reclame

da ironia do destino

do passageiro clandestino

deste nosso corpo infame

este não deve cuidados

não sobressalta as minúcias

na prática resiste às renuncias

de todos os teus afagos

ah! Destino cruel

me entrega em bandeja aos leões

nu, desprotegido das tentações

invólucro em meu incognoscível broquel

As últimas sobras frugais

desta noite de ilusão

resguarda a mim repressão

da impossibilidade dos teus quintais

Rangel Paiva
Enviado por Rangel Paiva em 24/11/2019
Reeditado em 24/11/2019
Código do texto: T6802505
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