Eu e as pedras
 
Buscando nas pedras, uma voz.
Não ouço. 
Estou sozinha.
Fico desalentada. 
 
Nem as pedras me ouvem?
O quê  fiz de tão errado?
 
Devaneios...
Viajo no meu passado.
Conto os dias de ausência de um amor que partiu.
 
As lágrimas não são contidas e nem devem ser.
Toda dor precisa ser expressada.
Somos humanos.
 
Fico a olhar as pedras.
Tão sem vida, paradas, sozinhas.
 
São apenas pedras.
Que importância devo dar a elas?
 
Não me escutam.
São pedras.
Apenas pedras...
 
Solidão,  ferida, sem ninguém para me ouvir.
Fico ali,  instantes calada, olhar distante.
Eu e as pedras.
 
Olho para elas, inúteis,  frias.
Até que observo algo pequenino. 
 
Era muito singela.
De uma cor bela.
De uma suavidade 
Terna, linda.
 
Uma florezinha nascia entre as pedras.
Nesse momento, entendi que as pedras falavam comigo, à sua maneira, sutil!
 
Carmen Haddad 
Rio de Janeiro RJ 
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Carmen haddad
Enviado por Carmen haddad em 24/11/2019
Código do texto: T6802275
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