ZAZ
Não adianta fugir... Eu sou guerreira,
Uma filha de Peri e de Iracema,
Uma neta de Tupã e de Jurema
Nina, banhada nas águas de Iara,
Revestida do espírito de Mallku.
Arco e flechas nas mãos... Eu sou ligeira
Nestas selvas das gerações Tupis
Fez-me a lua nas folhas do gravatá
Pra caçar com Xainã e Raoni
Neste solo sagrado, Guarani...
Guajajara, mestiça de açucena
Minha herança vermelha do urucum
Meu olhar de mutum, pedra pequena
E os cabelos mais negros que o açum.
Minhas setas são ágeis como o vento
Mais velozes até que o pensamento
Sou princesa da lua e do sol
De Mahyra das matas dessa terra.
Minha seta te mira e não erra...
Como a onça que caça e domina
Sua presa com sangue pulsar
Não adianta tentar me escapar...
Nina Costa, 05/03/2019.
Mimoso do Sul, Espírito Santo, Brasil.