Averno
quero ir ao inferno
na primeira classe
onde a lava alagasse
o sofrimento terno
quero ver o inferno
e toda sua amplitude
debruçar sob a magnitude
de seu abraço materno
muito me consterno
nas nuancias discrepantes
mais que diabolizantes
deste mundo moderno
descido já no averno
vermelho, fogo, tortura
desconheço toda candura
e todo carinho fraterno
se engana hodierno
quem pensa que fui longe
pois mesmo na paz de um monge
existe fragmento do inferno