Averno

quero ir ao inferno

na primeira classe

onde a lava alagasse

o sofrimento terno

quero ver o inferno

e toda sua amplitude

debruçar sob a magnitude

de seu abraço materno

muito me consterno

nas nuancias discrepantes

mais que diabolizantes

deste mundo moderno

descido já no averno

vermelho, fogo, tortura

desconheço toda candura

e todo carinho fraterno

se engana hodierno

quem pensa que fui longe

pois mesmo na paz de um monge

existe fragmento do inferno

Rangel Paiva
Enviado por Rangel Paiva em 22/11/2019
Código do texto: T6801074
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