A REVOLTA

O Arqueiro & a Dama de Copas

- no bosque dos motores fundidos -

loucos & únicos

atravessando a Lavoura da Aurora

indiferentes aos ruídos

do desmoronamento

da cidade

o vento desmonta o alfabeto

& os gritos o sangue o fedor

sobem ao nível da palavra

a Terra treme

a estrada & a tecnologia

despedaçam

O Arqueiro & a Dama de Copas

- no bosque d'eletrodomésticos imprestáveis -

deixam poças de amor

no chão destroncado

flores & cadáveres cantam/

do lixo brotam anjos tatuados

sífilis & heroína animam corpos

navios descem as profundezas

vejo bondes & garrafas

desaparecerem na terra

porém

alguma coisa

me anima

à revolta