CAMINHOS DA VIDA MALDITA
Poema de:
Flávio Cavalcante
I
O espelho que faz pisar no céu
Um mergulho da planta dos pés
Beijar o arco-íris no barco de papel
Caminhando juntinho de amigos fiéis
II
Na água límpida vejo o brilho do sol
A onda apaga a pegada que deixei
Pra vislumbrar o pescador e o anzol
Pra contemplar tudo aquilo que amei
III
Assim o vento sopra os meus cabelos
Na brisa fria que tarda mais não falha
Encobrir a face do meu choro e apelos
Abrindo caminho que o espinho atrapalha
IV
Contudo me conheço profundamente
No caminho que a vida me leva
Me traz como a fúria do vulcão fervente
Com larvas de amor que o peito se eleva
V
Dito por dito que o dito diz-me bendito
Transporte da minha alma de luz bendita
Não ouve o apelo nem em alto grito
Sepultados na tua vida escura e maldita