O CAOS EM MIM
Minha casa bagunçada , este peito que queima e não arde
Deixei a porta aberta e o espelho ao contrário da vida
Pelo caminho, há um rastro sozinho com pegadas na contra mão
Pelo visto, ando perdido dentro de mim
Não vejo mais as cores na janela de cinza pintei as madrugadas
Há um papel amassado no porão, por certo, um poema sem razão
Sigo em meio ao caos que criei
Me vejo em teus olhos, abro as cortinas e o tempo
Os cacos de mim, espalhados pelo vento, são meus riscos de vida
Não encontro a porta, vejo uma caneta que dança frenética em minha frente
Por todos os lados, seus passos que não passam
Rodo em ciclos, corto os dedos em diamantes azuis
Arrumo uma fresta no telhado, escondo as luzes do natal
Sigo uns restos de sonhos, chego até o sal de sua boca
Me vejo em estradas, partidas e meu peito que clama
Dou um jeito na água, faço chover em saudades
Deixo pegadas no quarto, me escondo na alma em chamas
Trago pra perto um plano, sigo a vida sem prantos
Mudo, e sigo em silêncio até o outro lado do muro.