SECA CHEIA

Chuva, chuva e chuva...

água que lava o céu e a terra,

mata a sede, erode o chão,

desabriga o sertanejo.

Metamorfose d’um sofrimento,

da sede à inundação;

desabrigo, fome e dor:

em vão, tantas preces!

Amor, bloqueio do êxodo,

combatente, vence a miséria,

firma o homem ao campo.

Esperança no amanhã incerto,

obscuro porvir, acontecer,

certeza d’uma vida dura.

Concurso Literário Gregório de Matos, COPENE, Pólo Petroquímico de

Camaçari, poesia Seca cheia, premiação na categoria, quarto lugar, Camaçari - Bahia, 1986.

Oswaldo Francisco Martins
Enviado por Oswaldo Francisco Martins em 20/11/2019
Código do texto: T6799086
Classificação de conteúdo: seguro