Solidariedade

Ontem à noite, ouvia Nildo Ouriques,

que partia do Chile,

para chegar à revolução brasileira.

Pela manhã,

pego uma maçã para comer no recreio da escola.

Vejo que a fruta tem,

segundo um adesivo,

procedência chilena.

No caminho,

infiro que o trabalhador chileno,

naquela manhã,

alimenta o meu trabalho.

Isso, por si só,

já seria um motivo que une

meu trabalho

ao trabalho chileno.

Não obstante meu esquerdismo,

abro o google e leio:

que a gente é o que se come,

que o corpo assimila o alimento

para o crescimento, reprodução,

movimento.

Logo,

mais que companheiros,

naquela manhã,

me coloco em apoio àquele movimento

porque também sou o fruto

do trabalhador chileno.