ALUCINAÇÃO

ALUCINAÇÃO

Cheio de vazios

Desesperançado

Um olhar imóvel

A toa num infinito

De pecados originais

Nada é perfeito

Língua, olhar, toque

Gosto, cheiro

Deus é nada

A alma quer partir

Alucinar-se

Em imaterialidade

Inundada de morte

Num coração que

Bate patético

Num explodir de realidade

Num norte de vontade

Galgar aos céus

Em regressão profunda

No negrume de deus

Até quem sabe

Surja de novo a luz

Para decifrar o mundo

Burlando a ciência

Que nada me explica

E inimiga me fia

Que nada muda

Apenas morfosemeta

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 14/11/2019
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