Silêncio dos Sonhos

Sonhos, são rios,

direção oposta,

não morrem, vivem sem resposta.

E assim, guiados pelos mesmos sonhos,

seguem em outros rios,

e no encontro das águas,

transbordam em outras, dão origem a outros,

nus, nuas, vivas e claras como águas passadas.

Retidos, à sorte ficam,

detalhes apagados,

e do outro lado, são esquecidos, ignorados.

Pequenos, viram grandes lagos ou vazios riachos cobertos de

lama.

Sonhos, rios de lágrimas,

fogo ateado, cinza viram suas margens.

Olhos que deles zombam , desconhecem a

dor que arde daquela chama,

são sonhos incompreendidos que carregam

em seus leitos, o que deles clamam.

Ó, mãos que esfregam e apertam o peito,

que sacodem e transformam o tempo em simples pó.

É manhã,

ainda suscita de ti, o gosto salobro do suor.

Ó, rios que ocultam intimidades.

Na tua escuridão, a pureza e o perigo do alheio,

no teu íntimo, o silêncio dos

sonhos, anseios.

Mário De Oliveira RSA
Enviado por Mário De Oliveira RSA em 14/11/2019
Reeditado em 25/05/2020
Código do texto: T6794515
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