POEMA NO ASFALTO

Discurso atual, sem beira

Delegado, desalmado,

Cheirando a poeira

Discurso tosco

Gaguejado, embolorado,

Esgarçado, pactuado.

Poema sem sal

Dessalgado, desidratado

Pretensa pá de cal

De um Estado devastado.

Mas o poema do povo

Não é atual, é perene...

É chama imortal! Verdade solene!

É banquete dos que não temem,

Dos que têm sangue nas veias

É recorrente, é fluente...

Segue o seu curso, a história margeia.

Poema é afluente rio

Jorrando da memória

Que vem à boca em cântico,

Vozes unidas, violões na praça,

Reescrever a história.

“A Liberdade guiando o povo”

E, agora, quem ergue a bandeira

Baila na ponta do pé, no asfalto,

Num convite delicioso:

“Brava gente brasileira”,

já podeis ousar de novo!

Stella Motta
Enviado por Stella Motta em 09/11/2019
Reeditado em 14/11/2019
Código do texto: T6791154
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