POEMA NO ASFALTO
Discurso atual, sem beira
Delegado, desalmado,
Cheirando a poeira
Discurso tosco
Gaguejado, embolorado,
Esgarçado, pactuado.
Poema sem sal
Dessalgado, desidratado
Pretensa pá de cal
De um Estado devastado.
Mas o poema do povo
Não é atual, é perene...
É chama imortal! Verdade solene!
É banquete dos que não temem,
Dos que têm sangue nas veias
É recorrente, é fluente...
Segue o seu curso, a história margeia.
Poema é afluente rio
Jorrando da memória
Que vem à boca em cântico,
Vozes unidas, violões na praça,
Reescrever a história.
“A Liberdade guiando o povo”
E, agora, quem ergue a bandeira
Baila na ponta do pé, no asfalto,
Num convite delicioso:
“Brava gente brasileira”,
já podeis ousar de novo!