BÊBADO DE PAIXÃO - CENA NOTURNA

Olhar perdido num canto

Lacrimejou

Sorte andava meio sisuda

Tentou

Acreditou ser um quebranto

Caprichou

Alecrim, guiné e arruda

Arriscou

Mandinga não deu em nada

Falhou

Mandou um buque colorido

Voltou

Perdeu um pouco o sentido da vida

Lamentou

Quando a mulher preferida

Confessou

Tinha grande amor escondido

Pirou

Carregando tristeza e mágoa

Entrou

Bebeu como se fosse água

Praguejou

Lua alta na madrugada

Se apagou

Garçom empurrou a conta

Pagou

No chão o restinho pro Santo

Inda abençoou

A cabeça um tanto tonta

Procurou

Visão embaçada e turva

Encontrou

Boteco lá perto da curva

Atravessou

Pra completar a noite azarada

Escorregou

Caiu ao rés da calçada

E descansou

Não! Ele não morreu

Entregou-se aos braços de Morfeu

Bêbado tem sono pesado

Nem percebeu a tempestade

Que despencou sobre a cidade

Foi até engraçado quando acordou todo ensopado

Do grande amor restou um resfriado

Pedro Galuchi
Enviado por Pedro Galuchi em 09/11/2019
Reeditado em 09/11/2019
Código do texto: T6790890
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.