BÊBADO DE PAIXÃO - CENA NOTURNA
Olhar perdido num canto
Lacrimejou
Sorte andava meio sisuda
Tentou
Acreditou ser um quebranto
Caprichou
Alecrim, guiné e arruda
Arriscou
Mandinga não deu em nada
Falhou
Mandou um buque colorido
Voltou
Perdeu um pouco o sentido da vida
Lamentou
Quando a mulher preferida
Confessou
Tinha grande amor escondido
Pirou
Carregando tristeza e mágoa
Entrou
Bebeu como se fosse água
Praguejou
Lua alta na madrugada
Se apagou
Garçom empurrou a conta
Pagou
No chão o restinho pro Santo
Inda abençoou
A cabeça um tanto tonta
Procurou
Visão embaçada e turva
Encontrou
Boteco lá perto da curva
Atravessou
Pra completar a noite azarada
Escorregou
Caiu ao rés da calçada
E descansou
Não! Ele não morreu
Entregou-se aos braços de Morfeu
Bêbado tem sono pesado
Nem percebeu a tempestade
Que despencou sobre a cidade
Foi até engraçado quando acordou todo ensopado
Do grande amor restou um resfriado