Vórtice
Vento forte , céu escuro
Sufocante sensação
Estrondos no firmamento
Repentino clarão
Respiração ofegante
Pressa, tensão.
Na periferia, preocupação
Telhado estala, criança chora
E a mãe solitária reza por proteção
Mais um barulho alto, forte
Cachorro se esconde
E no córrego a água sobe
Anunciando mais um dilúvio de verão.
O barraco entorta
o vento arrebenta a porta
A mãe angustiada abraça
A sua criança e quase sem esperança
Foge da destruição.
Morro abaixo
Pés ligeiros
E as lagrimas se camuflam
Nas águas da tormenta
Mas ela aguenta
Atravessa o vale
Sob a chuva forte
Sobrevive as intempéries do tempo
E sem nenhum lamento
Abraça forte o seu rebento
E comemora sob a marquise
De uma casa velha
O milagre que alcançou.
Esquece da sua bravura
E agradece a quem
Ela acredita ser o seu protetor.