Último desejo
Quero que, quando eu morrer,
Meu corpo, mandem cremar...
Nem precisam me benzer...
Joguem meus cacos no ar...
Num dia de ventania,
Atentem a essa intenção,
Como pó de poesia,
Quero ganhar o mundão...
Espalhar-me pelo chão...
Dividir-me em alegria...
Renascer, um dia, então,
Com mil faces de magia...
Estar em todo lugar...
Numa abelha, numa flor...
Nunca mais abandonar,
O mundo que me gerou...
Gostosa transmutação...
Fosse enfim, realidade,
Feliz eu seria e quão,
Prazerosa a saciedade.