A MARIA QUE EU SOU

[Ao republicar meu poema "MARIAS-MARIAS",

feito em 1983]

Como o mundo mudou, também mudei.

Fiz besteiras na vida,

quebrei a cara tantas vezes

que perdi a conta.

Tantas vezes me vi desnorteada,

feito barata tonta,

procurando acertar

e me encontrando errada.

A muitos amores me entreguei

porque os busquei e quis.

Se em alguns braços eu chorei,

em muitos outros fui feliz.

Não medi conseqüências,

sempre ousei, me atrevi,

livre e solta voei,

umas vezes cedi,

outras me rebelei,

e acertando ou errando

sei que vivi.

Por muitos nomes fui chamada:

polêmica, briguenta,

rebelde e guerreira,

por muitos inimigos

e amigos também.

E até em Afrodite

em Sal da Terra

me transformou

o carinho de alguém.

E hoje ao me ler

em "MARIAS-MARIAS",

percebi de repente

que não quero meus nomes verdadeiros,

nem os apelidos,

elogiosos ou grosseiros.

Eu quero ser somente

mais uma simples Maria

entre as milhares Marias,

para o que der e vier.

Pois é Maria que sou,

força, coragem, poesia,

fermento que faz crescer,

sal que tempera e sustenta:

Sal-Maria, Sal-Mulher!

Sal
Enviado por Sal em 06/11/2005
Código do texto: T67886