ABANDONO
O silêncio habita as ruínas.
Goteja tempo por seus rotos telhados.
Paredes vegetam-se de trepadeiras
germinando primaveras.
Em seu ventre
morcegos adormecem sustos dependurados.
Aranhas delimitam espaços
com teias equilibradas,
molhadas de sol.
Grilos cicatrizam as noites
à espera de amanheceres.
Ao seu redor
a chuva umedece a hera
e lava folhagens enferrujadas.
Em triste cadência
o vento embala em seu colo a decadência
com frenéticos assobios.
Janelas tortas
espiam horizontes à espera de alguém.
Mas, só o abandono estradeiro
caminha por caminhos despisados.
E a mão silenciosa do tempo
len-ta-men-te
vai desconstruindo
até fazer desexistir o que era.
Também sonhos edificados
e tristemente abandonados
viram ruínas
quimeras.
Do livro: Universo em Gotas
(Imagem: Internet)
O silêncio habita as ruínas.
Goteja tempo por seus rotos telhados.
Paredes vegetam-se de trepadeiras
germinando primaveras.
Em seu ventre
morcegos adormecem sustos dependurados.
Aranhas delimitam espaços
com teias equilibradas,
molhadas de sol.
Grilos cicatrizam as noites
à espera de amanheceres.
Ao seu redor
a chuva umedece a hera
e lava folhagens enferrujadas.
Em triste cadência
o vento embala em seu colo a decadência
com frenéticos assobios.
Janelas tortas
espiam horizontes à espera de alguém.
Mas, só o abandono estradeiro
caminha por caminhos despisados.
E a mão silenciosa do tempo
len-ta-men-te
vai desconstruindo
até fazer desexistir o que era.
Também sonhos edificados
e tristemente abandonados
viram ruínas
quimeras.
Do livro: Universo em Gotas
(Imagem: Internet)