O SILÊNCIO ENTRE AS HORAS

O SILÊNCIO ENTRE AS HORAS

por Juliana S. Valis

Estive aqui, em silêncio, cercada de ideias incautas,

Pedindo ao mistério dos dias que revelasse seu riso,

Estive, por horas, buscando critérios no impreciso sonho,

Pedindo sentido às horas que passam

E às memórias que ficam...

Estive por dentro e por fora de tantas hipóteses,

Caçando verdades onde só havia incerteza,

Como se um sopro de fé servisse à mesa dos dias

E trocasse os talheres de tantos equívocos...

Sim, estive à esquerda e à direita de tudo,

Vendo as memórias como estrelas cadentes,

Que passam nas mentes, transformando quem somos

Entre ideias incautas, que se vão, de repente...

Estive, então, diluindo a saudade

De tudo aquilo que poderia ter sido,

Sendo a vida uma versão, cedo ou tarde,

Do segredo que o coração tem sentido,

Não sei qual medo, de repente, te invade

E, bem ou mal, já se torna um amigo,

Feito abrigo do que seja a verdade,

No silêncio que fica, aqui na alma, escondido.

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