Vou costurando sonhos

Vou juntando partes
Na sombra isolada
Da minha alma sutil e frágil
São sonhos escritos e não sonhados
O desejo escorre na lágrima feliz
E vou costurando pedaços
Separados em cores variadas
Pequenas partes em atalhos
Que preservo no meu íntimo
Como sonhos quebrados
Na liberdade que tatuei
Para deixar o vício
Da minha virtude exposta
Cravada na costura chuleada
Para exaltar o meu ego
Que só ejacula enigmas
Nas páginas alinhavadas
De algum sonho que trafega
Inerte na luz que remenda em partes
A costura aquieta a solitude
E na utopia surge uma aspiração
Que dorme na pausa da noite
Entre notas musicais
A indiferença do mundo
Rasgou os meus sonhos
Todos chuleados

Em vão


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Gernaide Cezar
Enviado por Gernaide Cezar em 04/11/2019
Reeditado em 06/11/2019
Código do texto: T6787159
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