Meu muro...

Construído aos poucos,

lentamente, devagar...

Com areia, cimento,

medos e vergonhas.

É o muro,

que não nos deixa ver,

que abate as vontades...

Aprisiona os desejos...

Que inquieta nossa alma!

Construído aos poucos,

por nós mesmos,

pela dormência de nossa mente.

É o muro,

que impede a vida

que nos nega a liberdade

e nos sufoca!

Só não nos mata,

porque morremos ao construí-lo.

Invisível muro...

não o vejo

e nem me deixa ver.

Dediquei minha vida

à sua difícil construção.

É o muro,

de concreto

que me protege...

De mim mesmo!

Construído aos poucos...

Lentamente...

Conserva-me,

protegidamente,

Morto!

Angelo Vintecinco
Enviado por Angelo Vintecinco em 04/11/2019
Código do texto: T6787136
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