Se eu fosse um franco-atirador

Por que eu sigo este caminho?

Por que este horizonte dissolvido em nuvens

faz mais triste o que era pra ser um dia comum?

É porque não sou eu e sim

vários outros além de mim

que tocando a palavra e maculando a fala,

me impelem a ser menos humano e mais lamentação.

Outros tempos se aproximam

como aquela manada de elefantes ao longe.

E bem do alto deste farol abandonado,

vejo o que realmente se tornou a vida:

não há mais barcos, não há mais os outros

há apenas concreto armado.

EDUARDO PAIXÃO
Enviado por EDUARDO PAIXÃO em 03/10/2007
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