Se eu fosse um franco-atirador
Por que eu sigo este caminho?
Por que este horizonte dissolvido em nuvens
faz mais triste o que era pra ser um dia comum?
É porque não sou eu e sim
vários outros além de mim
que tocando a palavra e maculando a fala,
me impelem a ser menos humano e mais lamentação.
Outros tempos se aproximam
como aquela manada de elefantes ao longe.
E bem do alto deste farol abandonado,
vejo o que realmente se tornou a vida:
não há mais barcos, não há mais os outros
há apenas concreto armado.