Por nada

Nunca foi por nada

a minha mania

de encher página

colorir o branco

truncar o nada...

Por nada vezes nada

desafiei o infinito...

Dei pio às corujas...

Por nada

estiquei o varal

estendi túnicas azuis...

Espiei a chuva...

Espiei a lua...

Por nada

caminhei por estradas

que apaguei com o mata borrão...

E mesmo a ver que tudo deu em nada,

ainda gosto dessa encruzilhada,

acho mistério, nessa confusão.

ANA MARIA GAZZANEO
Enviado por ANA MARIA GAZZANEO em 03/11/2019
Reeditado em 03/11/2019
Código do texto: T6786032
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