P R E C I O S I D A D E S (185)
L I N H A S E C O R E S
Minha poesia é como os barcos brancos
parados nas enseadas azuis ou
partindo para descobrir américas
impossíveis.
Minha poesia é como o andar dos bêbados
aéreos, etéreos, eternos e que
por linhas tortas procuram a linha reta
em vão.
Minha poesia é como o caminhar dos ventos
frios e quentes e longos, a zunir e
a cruzar cordilheiras, saaras, himalaias
irreais.
Minha poesia não faz poesia
com as coisas que a poesia faz
da poesia das coisas devagar e
poéticas.
Minha poesia é com'andar ao léu
sem linhas retas a se cruzar.