Uma vez sonho, sempre palavra...
Então um dia a gente acorda, e são como beijos nas pestanas,
tão sem polimento !, tão brutas - como a vida e a morte,
e ao mesmo tempo tão congênitas aos sentidos,
palavras que alagam, alargam o horizonte dos olhos !
Se soubesses a força que cabe na mão esplendida e vasta,
invadindo o pulso e o enchendo de um sol precioso,
capaz de suspender o tempo e dilatar as matizes, ahhh...
Não posso dizer que sem elas vivo... não, não posso !,
pois que são o pão e o vinho, o mar e a rebentação,
que lavram o seio da terra e ondulam em chamas sob a minha pele !,
acendendo e rescendendo, como astros violentos,
e com os quais, quero arder à noite !