No verão passado
Sei que não importa a palavra exposta
Na escuridão do olhar que desliza
Para prosseguir na trama do destino
E celebrar um tempo de luz
Acho que é melhor amar em silêncio
Preciso partir no rumo da noite em fuga
E ganho flores para crescer o meu chão
Numa passagem que descola do alto
Sei que existe uma dor crescente
Que atravessa os mares em ondas nuas
Como uma página molhada na chuva
No íntimo foge da solidão que lateja
Penso no crepúsculo do verão passado
Onde tudo perpassa no capricho da noite
Dando um nó na margem que segue
E transforma um canto em oração
Sei da página que respinga em gotas
No orvalho trêmulo de tempos em partes
Lágrimas brotam livres e sem mágoas
Na rota de novos amores e sonhos futuros
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.