diarreia literária
gargalhadas sob efeito do gargalo
após alguns copos quebrados,
corações costurados e dias longos
agasalhado entre os feitos do passado
atrás de alguns corpos pelados,
orações atrasadas, quase q prontos
com um cinto frouxo e as calças caindo
ando acelerado como se os tempos voassem,
nus no deserto da mente onde ventos pairassem,
meio impossível organizar tal bagunça,
mas tudo possível, exceto se morre,
quão previsível acordar um bagaço
água fria na cara e disfarce de forte,
perdi ontem mais um de meus maços
achei um real, foi meu dia de sorte,
um cigarro picado e um vinho barato,
mais uma noite enfaixando meus cortes,
largaram janelas abertas em dia de dilúvio,
há nela uma peça que falta em meu mundo,
tenho amor aos conflitos por isso que uivo,
são gritos aflitos de alguém que deu tudo,
repito os meus erros e por isso me culpo,
agradeço e me perco no próprio descuido,
não consigo expelir nem um terço
da diarreia literária que doí a barriga,
tão conciso despertei do meu berço
saí mundo afora à viver de barganhas,
piores as formas que o mundo te ensina
brigas e olhares entre povos tão bárbaros,
odores estranhos onde verso em cismas
trilha dos mares q corroí as entranhas.