diarreia literária

gargalhadas sob efeito do gargalo

após alguns copos quebrados,

corações costurados e dias longos

agasalhado entre os feitos do passado

atrás de alguns corpos pelados,

orações atrasadas, quase q prontos

com um cinto frouxo e as calças caindo

ando acelerado como se os tempos voassem,

nus no deserto da mente onde ventos pairassem,

meio impossível organizar tal bagunça,

mas tudo possível, exceto se morre,

quão previsível acordar um bagaço

água fria na cara e disfarce de forte,

perdi ontem mais um de meus maços

achei um real, foi meu dia de sorte,

um cigarro picado e um vinho barato,

mais uma noite enfaixando meus cortes,

largaram janelas abertas em dia de dilúvio,

há nela uma peça que falta em meu mundo,

tenho amor aos conflitos por isso que uivo,

são gritos aflitos de alguém que deu tudo,

repito os meus erros e por isso me culpo,

agradeço e me perco no próprio descuido,

não consigo expelir nem um terço

da diarreia literária que doí a barriga,

tão conciso despertei do meu berço

saí mundo afora à viver de barganhas,

piores as formas que o mundo te ensina

brigas e olhares entre povos tão bárbaros,

odores estranhos onde verso em cismas

trilha dos mares q corroí as entranhas.

R Lelis
Enviado por R Lelis em 30/10/2019
Reeditado em 30/06/2021
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