O AMOR DANÇA OUTRA MÚSICA

Ela prometeu voltar

num dia nublado de chuva.

Que o sal fosse o inverno

querendo ama-la de novo.

Pra receber seu encanto,

quando da primeira vez

que nosso conto editou

páginas tão alegres de ficar

folhando roupas e bocas

e todas as outras mulheres

do teu íntimo vivendo no ar.

Olhando até a última visão

do vagão se perdendo entre

as árvores , deixando brumas

fumaças do calor em mim

se apagando , hibernando

fiquei chorando, pasmado

contando nossos passos

antes do chegar da despedida.

Até pude pensar na falta

do corpo , do sopro perfumado

das receitas que abriam

meu dia , logo que acordava

dizendo o que pensava nua

como flor parindo seu charme,

em pétalas pernas que se

abriam pra que eu sonhasse

possuir aquele espírito numa

entrega , que cega de tudo

parecia minha eternamente.

E o presente descobre um

destino que se perde de

um infinito que se rende

da chuva que acontece

do inverno que vai embora,

sem demora havia transado

com outra e matei tua demora

no corpo que agora decora

minha cama de outro perfume.