Ego do morcego
Devo e não nego
A cobrança fere o ego
Mas sou inocente e alego,
Pago quando achar emprego
Quando gastei estava cego
E agora, com a dívida que carrego
Não durmo e nem sossego,
À noite, viro um morcego
Porém, eu não me entrego
Se precisar o chão esfrego
Apenas não roubo e nem sonego,
Podem até me chamar de pelego
O mar revolto que ora navego
Cansa-me mas eu não ofego
Continuo com a paz que sempre prego,
E levo harmonia aonde chego
E a ti, que tanto me apego,
Nesta, uma função eu delego.
O jardim que diariamente rego
Será teu, se eu for pego.