Bilhete único
O corpo estava mal-acostumado com o toque de suas mãos,
e sua presença cintilava os olhos;
tantas sensações, emoções e beleza.
O sorriso não saia da boca,
enquanto a língua jurava eterna companhia.
A respiração acelerava toda noite,
era muito ar comprimido,
desejo reprimido e jogo de sedução.
A alegria gritava para todo o mundo ouvir,
e a paz não parava de brincar.
E de repente, a felicidade arrumou as malas;
bilhete único, e pelo visto,
não tinha intenção de voltar.
Neste momento, o reino da fantasia desmoronou;
o pedido de socorro ficou preso na garganta,
e aquele nó sufocou a alma.
As lágrimas desceram correndo,
desesperadas, sem rumo para desaguar.
Aquela atmosfera de encanto desapareceu;
num passe de mágica o dia virou noite,
e só restou um coração partido,
uma dor dilacerante, e eu.