LAMENTO

Me desculpe seu doutor

O Jeito de Me expressar

Minhas palavras são toscas

Não consegui estudar

Eu nasci lá no campo

Fiz do roçado o meu canto

E ainda estou por lá

Lá eu não disponho

De nenhuma granfineza

Ter fé em Deus e coragem

É toda minha riqueza

Pois sou fruto da desigualdade

Que impera na sociedade

Construída pela nobreza.

Seu doutor a minha história

Estar escrita em minhas mãos

Cada marca é um verso

Cada calo é um refrão

Dessa vida tão maltratada

Que o senhor sabe mais não faz nada

Pra ajudar o meu sertão.

Lá a chuva já não cai mais

Tornou-se escasso o pão

Onde antes era um belo rio

Hoje nem lama tem mais no chão

Só peço a Deus piedade

E que os homens de boa vontade

Se lembrem do meu sertão.

Sivaldo Oliveira
Enviado por Sivaldo Oliveira em 26/10/2019
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