DEUS E SEUS EUS
No meio da mata
A árvore ôca,
Esconderijo de salteadores.
Tão velha, tão breve, alta e tosca
Que o vento e o eco brada em dissabores.
No meio do tempo
A vida inda pouca
Para viver todo o torpor dos amores.
Tão velha, tão breve, alta e fosca
Que o sol a ilumina entre folhas e flores.
No meio de tudo o corpo que sangra,
Olhos esquecidos qual sonho infeliz.
E nada supera o verbo errante
Que teima fincar no eterno a raíz.