Pedido à tristeza
Não aparta de mim por um todo
Não aponta o dedo pra minha desconfiança
Pois ao todo me demito por justa causa
Por não ter alegria no peito - nem fora dele.
Quando eu saio a encontro
Nas curvas e sinuosas ruas
Nos cantos dos bares e igrejas
No olhar agora ao espelho do retrovisor.
Quando me forço a encará-la
Tudo digo ou nada sei
Finjo ser feliz um pouco
Mas destemida sei, não sou
Tremem as pernas e mãos
Quando o medo achega-se morno
É frio nos pólos de minh' alma
É desencanto nos reinos meus mágicos
É domingo à noite na senda do desespero.
O nada me aparta
Eu não te amo nem rogo que fique
lhe sinto devagar e vagarosa em cada célula
Dói meu estar, importar, desamo -a e desamo-me ao todo
E o toque não significa nada no momento.
Pelo menos hoje me demita, regurgite,
Jogue fora
Teu desprezo à mim é irreal
Dá -me atenção e me amas tanto
Que não sei como me livrar.
Quem de nós duas merece ficar?