Irrompido
Entrei.
Ao sair
Do ventre maior.
Entrei chorando
E saíram sorrindo
Transeuntes ao redor.
Alheio à festividade
Recepcionado pela vida
Decepcionado pela sua dor
Amamentado por cheiro e calor.
Pintaram-me a face com cores primárias
Misturei-as e encontrei a verdade
Despedaçada logo adiante
Pela eterna e dilacerante
Realidade.
Insisti na lenda do barco do amor
A balsa que baila e valsa vibrante
Descobrindo rumando e avante
Ao lado um barqueiro Caronte
Marcando com aviso e sem data
Um deadline, com prazo Senhor.
Rapidamente
No auge da incandescência
Urgente decadência.
E ao entrares
Saímos.
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