Rivânia (A menina do Rio Una)

Guardado na mochila o futuro

E dentro do peito a esperança

Guiando a vida de uma criança

De um destino inseguro

Que já nasceu prematuro

Nesse mundo de desiguais.

Mas as razões sociais

Que a vida lhe arquitetou

Não lhe arrancaram o fulgor

Da busca por ideais.

Mais uma “Silva” Brasileira

De origem nordestina

Condenada a “Vida Severina”

Se não fosse tão guerreira!

Se tornando uma artilheira

No campo da resistência

Onde driblou a incoerência

Goleando as suas dores

Marcando gols de valores

Em cima da prepotência.

Apoiado na jangada e atirado,

Um olhar para o horizonte

Que hoje me serviu de fonte

Pra que eu ficasse inspirado

E poder deixar desenhado

O meu poema nessa lacuna

E através do papel como tribuna

Peço aos homens do poder

Não deixem Rivânia perecer

Nas enchentes do rio Una.