MIRTES E A SEMENTE DO FALSÁRIO / Último Discurso

Nada tão leve, que o

absurdo nem aparenta

esta viagem ao mundo

que desconhece sua vida.

Nada no interior do inferno!

Agora um futuro pertence

a todo fundo precavido

de um olhar mais distante.

Pode sonhar com anjos

e dormir com o inimigo

de fala postiça do templo

imerso de distúrbio flácido

possuído de versões estranhas

a natureza num discurso

ácido , em que tudo depois

na vida é caos porque a terra

ressente um pecado antigo.

E a pureza morre onde

poderia haver amor de verdade!

Amor da falta ,da saudade

amor do fim sobre a lágrima

que perde o ente que vai.

Ele voa para confins" bárbaros!"

Não ganha distância, flutua

sobre a têmpora que torna

o eterno um começo possível.

O incrível encontro de vozes

perdidas num fantasma

delicado do que foi seu

passado de carne viva.

Agora pode ser uma luz

permitida , contida da fluência

idiota do bispo no ritual

que possui o espírito morto

naquele beco onde matou

aquela mulher em troca

de uma aparência que possa

ficar vendendo loucuras

aos perdidos nas ruínas

desde o útero , desde a

primeira fome de amor.