Melancolia XXVII
Sofro por estrofes
Linhas que me fazem chorar pelas noites.
Escrevo tanto que meus dedos doem,
refletem a dor do peito.
Espero sim, espero o tempo que for
por aquele desejo parado naquele tempo.
Ao som das batidas do meu coração
crio canções que ecoam a alma
Neste vazio, neste tempo.
Insanos pedidos que foram realizados
E sofri por cada partícula de sangue
que escorreu de minha pele.
Pelo teu amor,
sou réu.
Visto meu âmago que esconde o rosto
Entre suas mãos lágrimas escorrem.
Abro meu túmulo para me visitar.
Teu delineado negro envolto de verde,
de algodão branco a sonhar-me.
Passo meu passado a limpo
Leio palavras que distantes, me tocam.
Me confundo comigo mesmo
a lembrar dos sonhos rasgados.
E choro por dentro.
Um furação penetrou meu jardim
e passou sem matar minhas flores
Deu a elas esperanças que o amor vaga por aí
batendo suas asas.
Minhas lágrimas flutuam neste pesadelo.
Me desfaço do que sou novamente
Recomponho o que sou neste segundo que passou.
Sem o contato dos olhos, olho para trás
E não enxergo nada além de meu sangue
que molesta meu coração.