Melancolia XXVI

Fecho a porta

Coloco cadeado em meu portão.

Sinto o medo desta segurança.

Penso se consigo tocar a árvore dessa distância

Sem incomodar o ninho que meu coração fez.

Desnorteado eu sigo a brisa abraçar-me

Visto tua aura e continuo a vagar.

O caminho banha melódicas luas.

Abro covas em meu peito que perpetuam

tua imagem.

Está agarrado naquela esquina

de pouca luz e vento

Toda fase que sou em um momento.

Sorrisos e lagrimas,

esgueirando-me para que não note que te observo.

Novo percurso que molda e cria relapsos.

Curvo à natureza e controlo-a em minha mente.

Consigo te sentir transpirar por debaixo do lençol.

Trêmula, com o coração saltando de paixão

Vejo chorar com raiva de si,

com pena de si.

Seus galhos descascam e renovam.

Muda-te silenciosamente com o acordar

de uma anciã elemental.

Sou boas memórias para quem chora.

Disfarço o olhar com um sorriso

e me conhece bem, não sorrio assim.

Aa águas correm entre as pedras

e suas superfícies sentem saudades

daquele toque,

daquele instante.

Sou teu bem, quando está mal

Apenas sou teu quando não tens ninguém

Pois chora em meu colo dizendo que ama alguém.

Ytalo Scharf
Enviado por Ytalo Scharf em 19/10/2019
Código do texto: T6774008
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