Melancolia XXVI
Fecho a porta
Coloco cadeado em meu portão.
Sinto o medo desta segurança.
Penso se consigo tocar a árvore dessa distância
Sem incomodar o ninho que meu coração fez.
Desnorteado eu sigo a brisa abraçar-me
Visto tua aura e continuo a vagar.
O caminho banha melódicas luas.
Abro covas em meu peito que perpetuam
tua imagem.
Está agarrado naquela esquina
de pouca luz e vento
Toda fase que sou em um momento.
Sorrisos e lagrimas,
esgueirando-me para que não note que te observo.
Novo percurso que molda e cria relapsos.
Curvo à natureza e controlo-a em minha mente.
Consigo te sentir transpirar por debaixo do lençol.
Trêmula, com o coração saltando de paixão
Vejo chorar com raiva de si,
com pena de si.
Seus galhos descascam e renovam.
Muda-te silenciosamente com o acordar
de uma anciã elemental.
Sou boas memórias para quem chora.
Disfarço o olhar com um sorriso
e me conhece bem, não sorrio assim.
Aa águas correm entre as pedras
e suas superfícies sentem saudades
daquele toque,
daquele instante.
Sou teu bem, quando está mal
Apenas sou teu quando não tens ninguém
Pois chora em meu colo dizendo que ama alguém.