Boato, um fato insensato
Sobre esse assassinato
Que surgiu como um boato
Trata-se realmente de um fato
Um político em fim de mandato
Novamente como candidato
Morreu após um estelionato
Ele, agindo no anonimato,
Conversou com o sindicato
Dizendo ser, do governo, um contato
Prometeu o tal artefato
Que seria entregue de imediato
Após um depósito em comodato
O outro, rápido como gaiato,
Interessado no aparato
Depositou-lhe o dinheiro exato
Aguardando o cumprimento do trato
Semelhante a um jovem novato,
Pensava no estrelato
Mas a entrega ficou no abstrato
E como não havia contrato
O dinheiro também sumiu do extrato
O sindicalista não aceitou ser pato
E não querendo deixar barato
Encontrou o farsante sem ultimato
Sabia tratar-se de um rato
E com a raiva saindo pelo tato
Não gostou da estória do, agora, beato
Arrastou-o então para o mato
E, em um último ato
Atirou na cabeça do ingrato
O autor deixa aqui um relato:
Não é a favor do peculato
Mas não aceita a violência, um retrato,
Como justificativa do insensato.