NO CAIS
Homens de dorsos nus,
Queimados de sol,
Braços musculosos,
Molhados de suor.
Os navios aportam,
Qual monstros marinhos
A emergirem do mar.
Onde lânguidas ondas,
Cantam, canções de ninar.
E os homens cansados
Trabalhadores do mar,
Nas suas dores fechados
Sofrem calados
Na longa noite de amores perdidos,
A vida corre, a vida passa,
No cais de homens esquecidos.