O HOMEM
Era tão puro como a própria pureza,
Caminhava lento,
E seus olhos cansados, parados,
Penetravam o tempo.
Trazia os lábios ressequidos.
Como a terra no estio, crestada,
Que se umedeciam todas as manhãs
Com o ósculo frio da madrugada.
Amou demais e, por isso sofreu,
Penas amargas, desenganos,
Mas seu amor foi porém maior,
Que todo o sentimentalismo humano.
E quando este Homem morreu,
O mundo todo chorou,
Mas ninguém ainda compreendeu,
Que Ele morreu por amor.