Sem estrelas
O que eu digo para os pássaros
que voam à me seduzir, como à me chamarem
para o canto do amor ouvir.
Como posso sentir a poesia, quando a vida
cegamente me negou você,
e eu sigo feito pássaro sozinho
de asa quebrada, meu voo mais alto,
é o outro lado da rua
vivo perdido pelas calçadas.
O que eu fui, nada tem do que sou,
não sei o que penso, nem sei o que dizer.
Como é que eu posso viver a poesia,
se quando eu olho para os lados
não consigo nunca ver você.
Como desenhar o seu nome no céu,
se as noites sem estrelas
faz com que eu me afunde em solidão.
Só consigo desenhar você, dizendo não.