Et pars (A peça).
Será a vida tão inócua quanto reputada? A resposta se torna diáfana no preto. Aquele sorriso aparentemente inerme, seduziu-me até a alma. Logo ele, de olhar tão lídimo, autêntico. A sua pureza transpassava a epiderme maléfica dos tempos hodiernos.
Passando em frente aquelas homenagens fúnebres, vi uma mãe, produzindo secreções lacrimais desenfreadamente. Infelizmente, um vocábulo escorreito é totalmente ineficaz diante de tal situação. A filha que tanto ama, se foi precocemente, vivenciou o óbito - fato irreversível. A família experimenta a dor do luto. A vida é apenas uma peça encenada para o inevitável fim? Eu ainda não sei qual estou encenando... se é a peça escrita por mim ou se, nela, eu sou mera coadjuvante. Vivendo em um palco alheio, sendo aplaudida por pessoas que desfilam falácias diariamente. Qual a minha verdade? Há uma úlcera na cerne: eu sempre amei precipícios... preciso me desvencilhar dessa obesidade cerebral...