Também o amor
Quando a voz engasga,
resta escrever,
às vezes as palavras travam,
resta soltar os pensamentos,
quando esses também machucam,
não me permito olhar a imensidão
da noite negra, disfarçada
por trás da cidade acesa.
E da minha janela eu posso sentir
a alma de cada um, que no silêncio
natural dos anjos dormindo,
sente cada sonho tão bem traçado,
mas, levado pelos ventos.
Por isso eu noite, por isso eu sono,
para que despertem novas ilusões.
Agora falando sobre mim,
que deixo abaixo dos meus olhos
milhares de janelas iluminadas
que enfeitam a escuridão.
A minha alma não descansa, por isso volto
às estrelas,
voo mais alto à profundeza do infinito,
num céu desnudo,
rebuscando meus sonhos.
As nuvens já se foram, também o amor.