Secreto jardim por trás das suas muralhas
Tudo que almejo
Disfarço com gracejos
O medo e anseio
Escapa me pelos dedos
E aos ouvidos alheios
Apenas produz bocejo
Mas serei a lâmina que corta
As algemas sem deixar cicatriz
O Machado que cai veloz
E não acerta a pele por um triz
Não confunda me com ser algoz
Só quero ver lhe arrombar a porta
Para enfim estarmos a sós
Então meio a natureza morta
Brotam lírios, girassóis
Como pode ser? Ainda há tantos nós
No quintal até floresce nossa horta
café sobre a mesa
Seu sorriso como colírio
Vejo em tudo brilho
Sem ao menos sair dos lençóis