Melancolia XXIV

Tem que ser bom

Mas não sei se me sinto bem.

O amanhã me dá medo

Não por seu eu,

mas por enxergar.

Ainda bem que te sinto comigo

As tempestades em meu peito acalma.

Difícil acreditar que hoje durmo sozinho.

A chuva pinta o chão,

diferentes tons de lágrimas que passeiam

pelas ruas.

Os olhos cerrados e vermelhos assumindo a dor

Que sente intensamente.

Sentimento solene

de essência, como a explosão de minha estrela

que acolhe tua luz,

sorrio a quem encara o brilho de teu olhar.

O magistério aprova

respeita e também julga.

Apavora, nos passos pesados que assustam

minhas penas.

Formiga-me os desejos na boca

Que fecho os olhos,

e penso com tanto carinho.

Eu temo o que me acontece,

choro meu âmago em silêncio.

Flutuo com um peso que não me cabe

e não compreendo tanta dor.

Flor,

não me rasgue com teu espinho.

Passo os anos regando tua coragem

e me maltratas assim,

a me cortar as penas que lhe faz sombras.

Minha visão ainda com lágrimas

lamenta o dia de hoje.

Não agradeço a morte que vivo

pelo medo que me oferece.

Estou cheio de Outros

Eles lêem e fidedígno,

amam e odeiam

Como faz teu olhar em mim.

Ytalo Scharf
Enviado por Ytalo Scharf em 17/10/2019
Código do texto: T6771655
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