Melancolia XXIII
A desordem no olhar em não saber sentir.
Intenso em tudo que faz,
tudo que sente.
Enxerga entre as lâminas o poder que tem.
E tem inventado muita coisa antes de dormir.
O beija-flor passeia em meu coração
colhendo minhas flores.
Sempre delicada, de mansinho
Resgata lembranças do que sou.
Traga à mim,
penas do sertão agreste
Me faço cabra da peste,
se morar em meu jardim.
Rio com alegria de criança
que não entende o significado de esperança,
pois tudo é tão tudo,
que amar é tão tu.
E amo, pelos detalhes que não me conta
os mistérios que agora me provoca.
Não entender o que sou para ti
Se existo no peito, na mente
Ou se morri.
Este solo que broto melancolia
aguarda a chuva de meus olhos.
Tão logo estarei novamente aí
penetrando seus sonhos.
Inerte sentimento que vivo rasga-me os pulsos.
Grito! Sussuro..
Não amo, amo muito..
Sem compreender seu tom que navega
meus pensamentos.
Projetas teu corpo em meu abraço
e antecipo em acolher tua aura.