Se querias ferir-me,
Sem lança
Acertou em cheio no alvo.
Coração alado, afogado
Mergulhou...
Em sentimentos rasos.
Enquanto profundos eram os meus.
(...)
Se querias vingar-se,
Sem piedade
Tocou minh’alma
Que agora faz da tristeza pipa
E contra o forte vento
Arrebentou a linha
E se perdeu...
Naquele imenso céu azul.
Quem sem amor se sustenta?
(...)
Se querias matar-me,
(Por dentro)
Não precisava esse esforço, 
Já se assentava naquele calabouço
Tão evidente,
Rejeição, somente.
(...)
Se querias pesar-me às costas
A cervical faz reverência
Intrusa protusão,
Continência para um coração 
Duro!
Incapaz de amar.
Nem por um elo.
(...)
Se querias impor-me um sentimento 
Vazia estou...
Embora tenha morado em meu ventre.
A ingratidão foi sua única forma de amor
(profana)
Fez morar em mim a dor.
Enquanto isso, te abençoei.
Vai ser feliz...
E se precisar de mim...
Volte!
Um colo te espera.


(Desafio literário Filho Ingrato em poesia livre)
Mônica Cordeiro
Enviado por Mônica Cordeiro em 15/10/2019
Reeditado em 15/10/2019
Código do texto: T6770183
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