Melancolia XXII
Tenho o medo que lhe digo que tens.
Fujo da dor que mostra para mim.
Aconcelho-te a encarar o abismo
para sentir que está viva.
E lamento conseguir sobrevoar.
Engano meu coração
Digo que não está aqui.
Percebo tua discrição em amar.
Teu choro gentil
convida-me a chorar.
Perco meu sentido ao passear
de cabeça baixa,
pensando
interpretando
Sussurando aos céus a vontade de amar.
Dimensões rastreiam as flores
Com diversas cores
Ditam as dores.
Se for como desejo,
peço com força.
Convido o anjo a participar
e digo ao abraço,
que brinde com alegria sem motivo.
Apenas doer o peito
não como a faca.
Mas como quem alaga
e tranborda de sentimentos.
Desta forma, assisto a vida
Pulo, freio a surpresa.
Desço descalço para sentir a terra
entre meus dedos,
consigo fazê-los fechar e agarrar.
Simples, como és meu cordão
A mais preciosa ave realiza sua campagem
dizendo que vai ficar.
Deleito eternamente o teu sorriso em mim.
Selvageria que nos acorrenta
e entrelaça com linhas verdes.
Hoje, não mais que esta noite,
desejo tua alma.
Torneados sapatinhos descobrindo
juntos o caminho.
Rabiscando o chão com seu tecido.
Sinta umidecer a ponta dos dedos
Que desenham falsos futuros de nossos sentimentos.