Melancolia XXII

Tenho o medo que lhe digo que tens.

Fujo da dor que mostra para mim.

Aconcelho-te a encarar o abismo

para sentir que está viva.

E lamento conseguir sobrevoar.

Engano meu coração

Digo que não está aqui.

Percebo tua discrição em amar.

Teu choro gentil

convida-me a chorar.

Perco meu sentido ao passear

de cabeça baixa,

pensando

interpretando

Sussurando aos céus a vontade de amar.

Dimensões rastreiam as flores

Com diversas cores

Ditam as dores.

Se for como desejo,

peço com força.

Convido o anjo a participar

e digo ao abraço,

que brinde com alegria sem motivo.

Apenas doer o peito

não como a faca.

Mas como quem alaga

e tranborda de sentimentos.

Desta forma, assisto a vida

Pulo, freio a surpresa.

Desço descalço para sentir a terra

entre meus dedos,

consigo fazê-los fechar e agarrar.

Simples, como és meu cordão

A mais preciosa ave realiza sua campagem

dizendo que vai ficar.

Deleito eternamente o teu sorriso em mim.

Selvageria que nos acorrenta

e entrelaça com linhas verdes.

Hoje, não mais que esta noite,

desejo tua alma.

Torneados sapatinhos descobrindo

juntos o caminho.

Rabiscando o chão com seu tecido.

Sinta umidecer a ponta dos dedos

Que desenham falsos futuros de nossos sentimentos.

Ytalo Scharf
Enviado por Ytalo Scharf em 15/10/2019
Código do texto: T6769858
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